sábado, 28 de fevereiro de 2009

PROBLEMATIZANDO O ENSINO DA CIÊNCIA

O desafio é como trabalhar em nossas escolas o pensamento sistêmico, no ensino da ciência da natureza com a estrutura de ensino que temos hoje. Além disso, temos ainda educadores inflexíveis, que consideram eficientes os antigos paradigmas.
Definitivamente, situar os saberes em um contexto, torna-se um grande desafio para o ensino no despertar do terceiro milênio. O conhecimento da ciência da natureza, de uma maneira geral, tem como mérito ampliar nossa capacidade de compreender e atuar no mundo em que vivemos. Na realidade das nossas escolas, o ensino da ciência oferece aos nossos estudantes oportunidade de reflexão e ação? As formas como são organizados os conteúdos das disciplinas, ainda compartimentadas, permitem aos estudantes posicionar-se diante de fatos e fenômenos novos? É possível que o ensino de ciências da natureza num enfoque sistêmico, possa alcançar esse objetivo se tiver vinculado a situações cotidianas, nas quais o estudante esteja convidado a aprender e problematizar situações aparentemente inquestionáveis e a aceitar diferentes maneiras de entender o mundo.
Partindo da hipótese, que o objetivo do ensino da ciência é a vida, e que enfatiza a concepção dos organismos vivos como totalidades integradas, idéia central do novo paradigma direciona-se para uma visão ecológica, concebendo o mundo como um todo.
É possível que buscando um pensamento organizador do todo e suas partes estaremos desenvolvendo uma compreensão contextual e complexa que respeita a inseparabilidade entre qualquer fenômeno e seu contexto e deste com os contextos nos quais estão inseridos. Para tanto começa a emergir a necessidade de visões holísticas para perceber a profunda interdependência entre os seres vivos e os demais elementos do ambiente, e ainda relacionar as características do ambiente natural e cultural com a qualidade de vida.
Apoiados nesses novos paradigmas, que consistem em considerar o contexto e as complexidades inerentes aos processos psicossociais influenciadores das condutas humanas, é que se desenvolveu uma teoria que procura dar conta das relações, ao invés das entidades isoladas, valorizando todos elementos dessa relação de forma igualitária. Sendo, então, definido como pensamento sistêmico. Sugerir uma proposta de reformulação na organização do currículo de ciência da natureza, com base na alfabetização em ciências, é fundamental, por incorporar inúmeras dimensões e incluir as relações entre ciência e tecnologia. Em conjunto, as competências cientificas estão situadas numa visão sistêmica. Certamente esta proposta contribuirá para que os estudantes compreendam melhor o mundo e suas transformações, possam agir de forma responsável em relação ao meio ambiente e aos seus semelhantes e reflitam sobre as questões éticas que estão implícitas nas relações entre ciência e sociedade. Nesse processo, o papel do educador é fundamental. Sua atitude é sempre uma referência para os estudantes: a consideração das múltiplas opniões, a persistência na busca de informações, a valorização da vida e o respeito às individualidades serão observados e servirão de exemplo na formação do estudante. (FREIRE, M. Luzivany)